sábado, 14 de janeiro de 2012

Indicação para leitura: A morte é uma piada (M.Medeiros)

Os teimosos contra a morte foram muitos, entre eles a minoria que conheço deixou claro “Só vou morrer quando eu quiser” ou ainda “Eu não vou morrer”. Tristes, contudo, são os fins de todos os Policarpos, desta sina não há quem escape. O assunto é delicado, doloroso e proporciona frios na barriga “O que? Meus pais não serão eternos?” E minha cachorra? E as amigas? E os tempos da praia?
Pelo bem e pelo mal o bordão é o mesmo: Deve-se seguir em frente - e concordo, não há remédio, nem solução “um dia todo mundo cai do galho e um dia a queda vai ser definitiva”. Por isso interessante seria se todos esculpissem a cada amanhecer uma vida repleta de cores quentes, frias, alegres, tristes etc. Algumas vezes a peça pode vir a quebrar, mas haverá sempre a oportunidade de reconstrução. Apesar de difíceis serem as escolhas, o poder de cada ser humano só se torna completo unido ao de outro, desta maneira, as esculturas devem ser postas lado a lado e assim formam a união: amigos, família (é mesmo impossível ser feliz sozinho).
A efemeridade faz com que o simples torne-se eterno, no fundo temos fotografias internas de um bom dia da professora de português que coloca um dos pés sobre a cadeira e lê a apostila como ninguém.
Essa é uma das muitas. Pense em algum momento a de ser eternizado.
Estes momentos efêmeros acabam por ser levados em diante. Quando a escultura foi produzida de maneira digna, o ser/escultor deixa sua marca para um sempre, ou na fotografia interna de uma 'fã' ou numa piada bem contada, num palavrão bem dito. Salve Dercy, Cazuza e a professora de português (a minha e a sua).

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